A culpa não é do Sol,
se o meu corpo se queimar.
A culpa é da vontade
que eu tenho de te abraçar.
A culpa não é da praia,
se o meu corpo se ferir.
A culpa é da vontade
que tenho de te sentir.
A culpa é da vontade
que vive de dentro de mim
e só morre com a idade,
com a idade do meu fim.
A culpa não é do mar,
se o meu olhar se perder.
A culpa é da vontade
que eu tenho de te ver.
A culpa não é do vento,
se a minha voz se calar.
A culpa é do lamento
que sufoca o meu cantar.
A culpa é da vontade
que vive de dentro de mim
e só morre com a idade,
com a idade do meu fim.
(um poema do barbeiro do bairro)